Pular para o conteúdo principal

ENTRVISTA: Deventter

                                                                     


Embrionada em Borda da Mata (MG) por Hugo Bertolaccini (teclados) e o antigo baixista André Gabriotti, a banda Deventter investe em uma proposta musical bem ousada que é junção da música pop com heavy metal. Ao escutar o segundo e último álbum "Lead...On" o ouvinte passa por viajens sonoras que vai de Radiohead a grupos mais pesados como a banda norte americana de metal progressivo Dream Theater. No Brasil eu coloco a Deventter como uma banda inovadora no quesito metal progressivo, pois a mesma consegue romper barreiras que outras bandas exitam ao menos conhecer. Esse é o diferencial do grupo mineiro. O time é completado por Felipe Schäffer (voz), Danilo Pilla (Guitarra), Leonardo Milani (baixo), Caio Teixeira (bateria) e André Marengo (guitarra) com quem eu conversei.


Olá André. Antes de tudo eu gostaria de saber como an
da a repercussão de “Lead... On”?
André Marengo: Olá Rômulo! Respondendo a sua pergunta, estamos muito contentes com o resultado obtido até o presente momento. Em termos de Brasil, a repercussão foi ótima, tanto que o Lead...On foi eleito como o melhor álbum nacional de 2009 pelo site Metal Clube, e fomos também citados em diversas mídias especializadas, como a Roadie Crew, por exemplo, na qual a banda apareceu em uma votação dos leitores, em 6 categorias. Em nível mundial, o álbum obteve grande destaque na França, na Europa como um todo e nos Estados Unidos. Continuamos com a divulgação deste trabalho, não só pelo Brasil, mas em diversos países da Europa, Japão, etc, então esperamos plantar e colher mais frutos num futuro breve.


O direcionamento musical de “Lead... On” quebra os padrões adotados em “7th Dimension"...
André: Na verdade não estabelecemos nenhum tipo de padrão para compor ambos os álbuns, mesmo um sendo a continuidade do outro. O que ocorreu foi uma evolução natural, de cada músico, individualmente falando, no conjunto, na qualidade das composições e na produção do disco. Tanto o “The 7th Dimension” quanto o “Lead...On” foram concebidos sem a pretensão de agradar fãs de um ou outro estilo, até porque admiramos diversos estilos e as vertentes de cada gênero.

As linhas vocais de Felipe Schäffer foge de tudo que lembramos em relação a vocalistas de heavy metal. Falo dessa forma pelo motivo de praticamente não existir este tipo de escolha para linhas de vozes para uma banda de metal/progressivo. Foi um tiro no escuro esta escolha?
André: Não foi um tiro no escuro. Foi uma decisão acertada da banda e principalmente do Felipe Schäffer, em prezar mais o lado interpretativo de cada música do que somente se utilizar de técnicas vocais ou se limitar a copiar algum estilo, seja ele heavy metal, rock progressivo, ou qualquer outro.

Podemos perceber algo bem inusitado na música da Deventter. A junção de estilos totalmente diferentes, Radiohead e Dream Theater são exemplos bem claros. A música que resume bem o que quero dizer é “Lead... Off”...
André: Assim como essas bandas citadas, temos influência de outras várias. Lembro que li uma resenha do Deventter, feita pelo Vincent Morrison da loja Die Hard (situada na galeria do Rock em SP) logo que lançamos o “The 7th Dimension” em 2007, que dizia que era possível perceber diversas influências de bandas em nossas músicas, mas que a partir de um momento do disco, ele dava o braço a torcer dizendo que as influências eram perceptíveis, mas o som era realmente original, e não chegava a copiar nada, como vemos em muitos casos. A Lead...Off é uma faixa que transmite essa sensação ao meu ver, pois ela passeia entre o rock psicodélico, o progressivo, o alternativo e até o grunge e, ao mesmo tempo, é uma música pop, no bom sentido, pois sua aceitação tem sido grande, e por públicos extremamente diferentes.


Com a diversidade musical que este último trabalho carrega, acaba trazendo o seguinte dilema: Um fan do conjunto britânico Muse pode achar o som da banda muito pesado e o fan do Dream Theater deve questionar a levada mais pop...
André: A diversidade musical do Lead...On é uma coisa natural para nós, pois não nos preocupamos em fazer um estilo de som para agradar determinado público e também não pensamos nisso enquanto compomos. Na verdade, prezamos pela liberdade de compor o que sentimos, com muita verdade, e direcionar a música pensando somente no quer for melhor para ela, e não em mercado, público, fama, dinheiro, etc. Temos uma sinergia muito boa entre os 6 integrantes da banda, e é nela que focamos para compor nossas músicas.


Como anda as datas de shows para a banda? Uma possível tour para fora do país?
André: No momento, estamos focados em produzir nossos próprios shows e levá-los a casas de shows e teatros. O projeto está bem desenvolvido, já estamos negociando datas e locais e em breve teremos novidades. Quanto a tour para fora do país, queremos trabalhar mais a divulgação da banda no exterior para daí sim, fazer uma tour com mais respaldo e público.


Obrigado! Espaço aberto para considerações finais. Abraço.
André: Nós que agradecemos pela oportunidade, e deixamos aqui u
m grande abraço a todos os fãs de música e arte!


Contato: http://www.deventter.com/
http://www.myspace.com/deventter


Postagens mais visitadas deste blog

TRILHA COMENTADA - Contrabando

  Há quem diz que uma trilha sonora vem a calhar mais que o filme em si – eu sou um desses. É o caso da refilmagem de “Reykjavic-Rotterdan” (Islândia), só que em uma nova versão norte-americana do diretor Baltasar Kormákur, e com novo título: Contrabando. No elenco principal temos a participação de Mark Wahlberg (Planeta dos Macacos, Rock Star), Kate Beckinsale (Anjos da Noite), Bem Foster (360) e Giovanni Ribisi (Caça aos Gângsteres, Resgate do Soldado Ryan). A trama é razoável e previsível, resume-se em quadrilhas que realizam contrabando por meio de navios cargueiros. O que salva é a parte denunciante sobre o envolvimento de autoridades no esquema.  Já Clinton Shorter foi muito feliz na s ua função – Clinton foi responsável pela trilha sonora do longa. Logo no inicio o espectador escuta o conjunto de  J Roddy Waltson And The Business, da cidade de Menphis/EUA,  com a música “ Don´t Break The Needle ”, a mesma esbanja seu Blues com pitadas de Hard. ...

ENTREVISTA: Soulspell Metal Opera

Quem pensa que o metal melódico - gênero que sobreviveu em alta por quase uma década (1996 - 2005) - está morto e enterrado, talvez esteja um pouco equivocado. O estilo que trouxe opiniões de difícil aceitação por parte de extremistas está vivo e muito bem criativo, e a maior prova é a opera metal Soulspell. O Soulspell é um projeto que reúne diferentes vocalistas do Brasil e do mundo. O mentor de todo o projeto é o paulistano Heleno Vale. Heleno criou o primeiro álbum de seu projeto em 2008, intitulado de "A Legacy Of Honor" - que apresenta apenas vocalistas nacionais (Mário Linhares - Dark Avenger, Leandro Caçoílo - Ex-Eterna, Daisa Munhoz - Vandroya dentre outros grandes vocalistas e instrumentistas). Conversei com Heleno sobre seu novo trabalho, "Labyrinth Of Truths", detalhes do conceito que se passa na opera e futuros projetos que envolve o Soulspell. Recomendo que o leitor conheça mais sobre este conjunto, principalmente detalhes sobre o novo lançament...

CURTA: Fernanda Lira (NERVOSA)

Um filme: Laranja Mecânica Uma trilha sonora: Kil Bill Vol. 1 & 2 O filme que você empresta e faça questão que não devolva: Se eu tivesse algum filme de comédia romântica, até pagava pra pessoa não me devolver. Água com açúcar que já assistiu mais de uma vez: Titanic! hahaha Quem não assistiu mais de uma vez tá mentindo! Cinema nacional: O Cheiro do Ralo O mais nostálgico: O Fabuloso Destino de Amelie Poulain Um filme relacionado ao rock: Cadillac Records Uma comédia: O mentiroso (Jim Carrey é MESTRE) Lição de vida: Beleza Americana ou Morangos Silvestres do bergman

TRILHA COMENTADA - Os Infratores

Com direção do australiano John Hillcoat (conhecido por dirigir vários trabalhos da banda Depeche Mode), o longa baseado no livro Westtet County (Matt Bondurant), "Os Infratores", traz uma bela viagem aos anos da "Lei Seca" -  e uma rica trilha sonora calcada na música Folk, Country e Rock. A trama do filme é focada na vida dos irmãos Boudurant, Forrest (Tom Hardy), Howard (Jason Clarck) e Jack (Shia Lebeouf). Liderado por Forrest, eles produzem whisky durante o período da Lei Seca, com o alto sucesso de vendas, a família pretende expandir  os negócios, só que não é uma tarefa nada fácil, pois, autoridades e gangues superiores pretendem uma fatia no esquema.  Como sou um desses fascinado por trilha sonoras, logo fui buscar os músicos e conjuntos que  formam a trilha de OS Infratores. Nick Cave e Warren Ellis além de contribuírem com autoria de músicas foram os responsáveis pela seleção dos músicos convidados. Os dois foram muito felizes ...

Cinema de rua: Concha Acústica exibe gratuitamente a Amostra de Cinema Ibero-Americano

A Concha Acústica, localizada às margens do Lago Paranoá, vem sendo palco da Amostra Internacional de Cinema Ibero-Americano . A ação trata-se de uma parceria/realização entre o Brasília Capital Ibero-Americano de Culturas e a  Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa  do DF (Secec-DF). Os obras cinematográficas começaram a serem exibidas na última segunda-feira (7) e terá a continuação nesta sexta (31), a partir das 19h, com o filme ‘ Terra de Panderos ’. Na sequência, o público poderá conferir ‘ Enamorada ’ (1946), do diretor Emilio Fernández . Fechando a noite, será a vez de ‘ La Odiosa Arrodilhada ’ (1947), dirigido pelo mexicano Roberto Galvadón . No sábado (1), as películas começam a rodar a partir das 15h (veja abaixo a programação completa), também será possível prestigiar filmes direcionados para o público infantil – ou seja, pais de plantão já tem para onde levar os filhos. Todo o acervo disponibilizado para o evento é pertencente às embaixadas da Espan...

Rival Sons - Great Wastern Valkyrie

A banda Norte-Americana Rival Sons faz parte do revival do rock setentista - estilo que vem assolando o cenário. O grupo liderado pelo frontman J ay Buchanan é uma exceção. O que comprova a minha colocação? Só tenho um nome: 'Great Western Valkyrie' - título da obra lançada no primeiro semestre de 2014. Se eu tinha alguma resistência em escutar os trabalhos da banda, não tenho mais, G.W.V quebrou a barreira que existia entre eu e a banda. O álbum é recheado de tudo que foi feito de bom nos anos 1970: Blues , Psicodelia , Peso , Hard Rock e o Groove são os principais elementos encontrados na cozinha dos N.Americanos da cidade de Long Beach , Califórnia. A voz de Jay Buchanan é forte e autêntica, e o leitor pode comprovar na faixa de abertura ' Eletric Man ', a mesma traz um groove e peso. Eu poderia citar o Led Zeppelin como referência? Talvez, mas isso não dá o direito de julgar o quarteto americano, muito pelo contrário. ' Secret ' é pesada e...