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Megadeth: The Sick The Dying... and The Dead veio para suprir o vazio deixado pelo apagado Dystopia

 

The Sick The Dying... and The Dead, novo álbum do Megadeth, chega ao mercado. Após diversos obstáculos, entre eles o problema de saúde de Dave Mustaine – o líder, guitarrista e vocalista esteve tratando de um câncer de garganta –, a banda conseguiu disponibilizar o sucessor de ‘Dystopia’ (2016). Agora, os fãs de uma das maiores bandas do Thrash Metal podem conferir na íntegra um disco que resgata várias fases da banda, passando pelo início – onde se praticava algo mais voltado para o speed metal , visitando também a musicalidade mais cadenciada, presente em registros dos anos noventa (Countdown To Extension e Youthanasia), e podemos contar, também,  com ótimos solos e linhas de guitarras do brasileiro Kiko Loureiro. 

A faixa título e que abre o disco, The Sick The Dying... and The Dead é cheio de passagens melódicas, refrões grudentos e recheada de pequenos solos de guitarra. Life in Hell e Night Stalkers traz solos ultra velozes – sim, os mesmos vão fazer com que o ouvinte mais saudosista resgate memórias da era Marty Friedman (antigo guitarrista), porém, é muito importante ressaltar que nela Kiko deixa a sua marca. O guitarrista tem em sua identidade características voltadas para o melódico e a técnica mais apurada. Night Stalkers traz participação do rapper e vocalista Ice-T (Body Count)Dogs Of Chernobyl é uma das que chamou a minha atenção; ela é calcada no peso e velocidade, porém, traz climas variados, com passagens bastante técnicas e bons arranjos. Acredito que nela Kiko pode mostrar melhor o seu cartão de visita aos fãs do Megadeth que não o conhecia.

Na sequência, a obra ganha um clima mais cadenciado. Soldier On! e Mission to Mars representa bem minha colocação. E ainda de destaque e para fechar o trabalho, Mustaine decide inserir duas faixas covers: Police Truck (Dead Kennedys) e This Planet’s on Fire (Burning Hell) de autoria de Sammy Hagar, inclusive o próprio Sammy solta sua voz na música  ambas as homenagens fogem um pouco das suas origens e vestem uma roupagem megadetheriana”.

No contexto geral, o novo álbum revisita a carreira da banda, resgatando bons momentos de um dos ícones do heavy metal mundial e, ao mesmo tempo, conseguiu imprimir o estilo de Kiko Loureiro. Será inevitável a comparação entre Kiko e o antigo guitarrista Chris Broderick – responsável por assinar as guitarras  dos álbuns ‘Endgame’ (2010) e 'Th1rt3en' (2011). Chris tem um estilo mais sujo, direto e com riffs mais pesados que Kiko. Ou seja, esqueça todo peso apresentado pelo guitarrista americano nos álbuns citados e aceite a técnica e melodia do Sr. Loureiro. No mais, vale ressaltar que ‘The Sick The Dying... and The Dead’ veio para suprir o vazio deixado pelo apagado Dystopia.


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