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Blind Guardian: The God Machine traz novamente o lado cru e pesado da banda

Enfim, recentemente saiu o mais novo trabalho da banda alemã Blind Guardian, intitulado ‘The God Machine’. Este álbum traz novamente o peso e velocidade do heavy metal - características que esteve ausente em seu antecessor: ‘Legacy of The Dark Lands’ (álbum composto apenas com músicas clássicas), lançado em 2019.

Instantaneamente nas primeiras audições de ‘The God Machine’ me baixou uma certa nostalgia, pois trata-se de um registro que resgata momentos da fase áurea da banda, onde o heavy/power metal com doses cavalares de speed eram o “cartão de visita”. Obviamente refiro-me às obras como ‘Follow the Blind’ (1989), algumas lembranças de ‘Imaginations from the Other Side’ (1995) também fazem presentes e, claro, ‘Nightfall in Middle-Earth’ (1998). Não espere uma cópia dessa época, apenas moderadas influências.

Damnation, Violent Shadows e Delivery Us From Evil são faixas calcadas no peso e velocidade juntos aos refrões marcantes que tornaram-se a identidade da banda. Architecst of Doom é a minha favorita; uma composição muito bem construída, ela traz belos arranjos, peso e um clima épico – algo próximo do que foi feito em um dos melhores clássicos da banda, o incontestável Imaginations... E para os ouvintes que não dispensam uma “baladinha”, aqui podemos encontrar momentos mais calmos na música ‘Let It Be No More’.


Certamente Hansi Kürsch (vocal) e André Olbritch (guitarra) – principais compositores – resolveram presentear os fãs que clamavam por um disco que trouxesse o clima que deu origem a banda: o peso e velocidade do power/speed metal – coisa que alemães sabem fazer muito bem. Sim, além do já citado ‘Legacy of The Dark Lands’, o quinteto, completado por Marcus Sapien (guitarra), Barend Courbois (baixo) e Frederik Ehmke (bateria) – apresentou em seus últimos trabalhos: ‘At the Edge of Time’ (2010) e ‘Beyond the Red Mirror’ (2015) canções longas e complexas. Vale destacar que tais elementos já aparecem timidamente em ‘Imaginations From the Other Side’ e ganham forças no contestado ‘A Night at the Opera’ (2002). Não que os álbuns citados sejam ruins, muito pelo contrário, particularmente, eu os tenho como bons e excelentes trabalhos. O problema é que a banda construiu a carreira angariando fãs mais ardorosos pelo heavy metal mais puro e direto, e 'The God Machine' é uma ótima resposta para aqueles que tinham perdido as esperanças em ouvir a música 
épica, veloz e pesada do Blind Guardian.





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