Geralmente, quando
procuro escrever sobre determinados filmes, o foco da mensagem fica em tentar
passar algum teor que tenha o mínimo de relevância social e, claro, deixando as
questões mais técnicas um pouco de lado, em segundo plano. E o mais recente
trabalho do diretor Aaron Sorkin (A Grande Jogada/2018), intitulado
‘Os 7 de Chicago’ – que estreou recentemente pela Netflix – tem muita
relevância social. Por meio de uma narrativa bastante emotiva e, até certo
ponto, com alguns excessos, Sorkin faz um pequeno e importante recorte de um
dos mais turbulentos momentos históricos dos EUA: o período da Guerra do
Vietnã, mais precisamente do mais longo e famoso julgamento sobre os protestos
antiguerra que ocorreram em Chicago. O longa de Sorkin é um misto de momentos
emotivos, didático e com aquela, claro, cereja do bolo; a qual podemos
batizá-la de denúncia.
O elenco de ‘Os 7 de Chicago’ conta
com: Eddie Redmayne (Tom Hayden), Alex
Sharp (Renie Davis), Sacha Baron Cohen (Abbie
Hoffman) Danny Flaherty (John Froines), JohnCarroll
Lynch (Davi Dellinger), Jermy Strong (Jerry
Rubin), Marky Rylance (Willian Kunstler), Yahya Abdul-Mateen (Bobby
Seale), Joseph Gordon Levitt (Richard Schultz), Frank
Langella (Julius Hoffman) entre outros.
Quanto a seleção do time, podemos
dizer que o diretor foi bastante feliz e premiado ao contar com um staff de
peso. Eddie Redmayne na pele do heroico e saudoso político, Tom Hayden (Hayden
faleceu em outubro/2016) é o personagem principal. Eddie tem uma atuação
bastante dramatizada, o que também é importante, porém, quem rouba a cena é o
ator Yahya Abdul-Mateen. Aqui, Yahya passa de um mero ator coadjuvante para um
personagem destaque – só não ganha o status de principal devido ao menor
tempo de atuação em relação aos demais. Ele ficou encarregado de representar um
dos líderes do movimento Panteras Negras: Bobby Seale. Talvez o
mesmo tenha ganhado certa notoriedade por ter pegado um “personagem” carregado
de conteúdo a se explorar; entre eles as passagens em que o mesmo sofre
consideráveis abusos do juiz Julius Hoffman. Diga-se de passagem, vale
maximizar também a bela atuação do ator Frank Langella – Frank adota a frieza e
deixa de lado as interpretações mais teatrais – há momentos em que o espectador
dá uma certa credibilidade ao personagem de Frank, o juiz Julius H. Claro, além
dos citados, temos a rápida e marcante passagem do ator Michael Keeaton ao
interpretar o agente de Estado, Ramsey Clark. Trata-se de uma curta
participação, porém, um personagem chave para desenrolar a trama.
Sobre o enredo do filme é bem notório
que o apelo emocional para os movimentos sociais em prol dos protestos, contra
a guerra do Vietnã, seja o elemento principal de abordagem – o que não é nenhum
erro, muito pelo contrário, bastante plausível - já que estamos tratando de um
dos mais polêmicos clamores populares em defesa dos jovens enviados à guerra do
Vietnã, e que essas mesmas revoltas, ocorridos na cidade de Chicago, tiveram um
desfecho sangrento, resultando na prisão de 16 pessoas, sob a acusação de
liderarem o movimento – 7 desses acusados tornam-se os personagens principais.
Ao terminar de assistir a película, passei alguns momentos refletindo sobre o
impacto que esta história poderia causar na nossa atual sociedade, e o
resultado disso tudo pode ser totalmente favorável para um momento em que
estamos presenciando instituições abusarem do seu poder para demonstrar
superioridade e favorecimento a determinados meios. E pode não ter ficado tão
explícito, mas, Os 7 de Chicago tem como um dos seus carro-chefe a denúncia
sobre o abuso de poder do estado.
Ao trazer o contexto da história para
o nosso cotidiano é possível fazer uma reflexão sobre a relação do poder
judiciário para com a sociedade. E como já temos em nosso subconsciente a tese
de que aqueles aptos e capacitados para julgar os nossos atos estão livres da
parcialidade e totalmente isentos de atitudes que os corrompem, nós entregamos
de olhos fechados a nossa confiança a esses habilitados a sentenciar nossas
ações. O que, talvez, seja um erro. Pois, toda instituição está sujeita ao
rompimento com a ética, moral e verdade. A obra de Sorkins veio para
exemplificar esta relação juiz, réu e os demais envolvidos em um processo
judicial.
É muito cedo para afirmar, mas ‘Os 7
de Chicago’ pela ousadia deve merecer uma vaga na lista do Oscar/2021. Do ponto
de vista técnico, pode não ser um excelente filme, porém, ele carrega uma
mensagem muito forte para que possamos colocar algumas estruturas do estado em
xeque – algo que já deveria ter acontecido a muito tempo.
Há quem diz que uma trilha sonora vem a calhar mais que o filme em si – eu sou um desses. É o caso da refilmagem de “Reykjavic-Rotterdan” (Islândia), só que em uma nova versão norte-americana do diretor Baltasar Kormákur, e com novo título: Contrabando. No elenco principal temos a participação de Mark Wahlberg (Planeta dos Macacos, Rock Star), Kate Beckinsale (Anjos da Noite), Bem Foster (360) e Giovanni Ribisi (Caça aos Gângsteres, Resgate do Soldado Ryan). A trama é razoável e previsível, resume-se em quadrilhas que realizam contrabando por meio de navios cargueiros. O que salva é a parte denunciante sobre o envolvimento de autoridades no esquema. Já Clinton Shorter foi muito feliz na s ua função – Clinton foi responsável pela trilha sonora do longa. Logo no inicio o espectador escuta o conjunto de J Roddy Waltson And The Business, da cidade de Menphis/EUA, com a música “ Don´t Break The Needle ”, a mesma esbanja seu Blues com pitadas de Hard. ...
Quem pensa que o metal melódico - gênero que sobreviveu em alta por quase uma década (1996 - 2005) - está morto e enterrado, talvez esteja um pouco equivocado. O estilo que trouxe opiniões de difícil aceitação por parte de extremistas está vivo e muito bem criativo, e a maior prova é a opera metal Soulspell. O Soulspell é um projeto que reúne diferentes vocalistas do Brasil e do mundo. O mentor de todo o projeto é o paulistano Heleno Vale. Heleno criou o primeiro álbum de seu projeto em 2008, intitulado de "A Legacy Of Honor" - que apresenta apenas vocalistas nacionais (Mário Linhares - Dark Avenger, Leandro Caçoílo - Ex-Eterna, Daisa Munhoz - Vandroya dentre outros grandes vocalistas e instrumentistas). Conversei com Heleno sobre seu novo trabalho, "Labyrinth Of Truths", detalhes do conceito que se passa na opera e futuros projetos que envolve o Soulspell. Recomendo que o leitor conheça mais sobre este conjunto, principalmente detalhes sobre o novo lançament...
Um filme: Laranja Mecânica Uma trilha sonora: Kil Bill Vol. 1 & 2 O filme que você empresta e faça questão que não devolva: Se eu tivesse algum filme de comédia romântica, até pagava pra pessoa não me devolver. Água com açúcar que já assistiu mais de uma vez: Titanic! hahaha Quem não assistiu mais de uma vez tá mentindo! Cinema nacional: O Cheiro do Ralo O mais nostálgico: O Fabuloso Destino de Amelie Poulain Um filme relacionado ao rock: Cadillac Records Uma comédia: O mentiroso (Jim Carrey é MESTRE) Lição de vida: Beleza Americana ou Morangos Silvestres do bergman
Com direção do australiano John Hillcoat (conhecido por dirigir vários trabalhos da banda Depeche Mode), o longa baseado no livro Westtet County (Matt Bondurant), "Os Infratores", traz uma bela viagem aos anos da "Lei Seca" - e uma rica trilha sonora calcada na música Folk, Country e Rock. A trama do filme é focada na vida dos irmãos Boudurant, Forrest (Tom Hardy), Howard (Jason Clarck) e Jack (Shia Lebeouf). Liderado por Forrest, eles produzem whisky durante o período da Lei Seca, com o alto sucesso de vendas, a família pretende expandir os negócios, só que não é uma tarefa nada fácil, pois, autoridades e gangues superiores pretendem uma fatia no esquema. Como sou um desses fascinado por trilha sonoras, logo fui buscar os músicos e conjuntos que formam a trilha de OS Infratores. Nick Cave e Warren Ellis além de contribuírem com autoria de músicas foram os responsáveis pela seleção dos músicos convidados. Os dois foram muito felizes ...
A Concha Acústica, localizada às margens do Lago Paranoá, vem sendo palco da Amostra Internacional de Cinema Ibero-Americano . A ação trata-se de uma parceria/realização entre o Brasília Capital Ibero-Americano de Culturas e a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec-DF). Os obras cinematográficas começaram a serem exibidas na última segunda-feira (7) e terá a continuação nesta sexta (31), a partir das 19h, com o filme ‘ Terra de Panderos ’. Na sequência, o público poderá conferir ‘ Enamorada ’ (1946), do diretor Emilio Fernández . Fechando a noite, será a vez de ‘ La Odiosa Arrodilhada ’ (1947), dirigido pelo mexicano Roberto Galvadón . No sábado (1), as películas começam a rodar a partir das 15h (veja abaixo a programação completa), também será possível prestigiar filmes direcionados para o público infantil – ou seja, pais de plantão já tem para onde levar os filhos. Todo o acervo disponibilizado para o evento é pertencente às embaixadas da Espan...
A banda Norte-Americana Rival Sons faz parte do revival do rock setentista - estilo que vem assolando o cenário. O grupo liderado pelo frontman J ay Buchanan é uma exceção. O que comprova a minha colocação? Só tenho um nome: 'Great Western Valkyrie' - título da obra lançada no primeiro semestre de 2014. Se eu tinha alguma resistência em escutar os trabalhos da banda, não tenho mais, G.W.V quebrou a barreira que existia entre eu e a banda. O álbum é recheado de tudo que foi feito de bom nos anos 1970: Blues , Psicodelia , Peso , Hard Rock e o Groove são os principais elementos encontrados na cozinha dos N.Americanos da cidade de Long Beach , Califórnia. A voz de Jay Buchanan é forte e autêntica, e o leitor pode comprovar na faixa de abertura ' Eletric Man ', a mesma traz um groove e peso. Eu poderia citar o Led Zeppelin como referência? Talvez, mas isso não dá o direito de julgar o quarteto americano, muito pelo contrário. ' Secret ' é pesada e...